Depoimentos
Quando bem indicada, a cirurgia de estimulação cerebral profunda abre a chance de uma nova vida para os pacientes. Para pacientes de Parkinson que se submetem ao procedimento, a medicação é reduzida em mais de 50% e os sintomas são quase totalmente controlados, inclusive as discinesias. A cirurgia também tem resultados positivos no tratamento do tremor essencial. Para todos pacientes, a melhora na qualidade de vida é significativa.
Pedro Cury, 84 anos
Há mais de vinte anos com a doença de Parkinson, seu Pedro aprendeu a lidar com os sintomas e a enfrentar os obstáculos que a doença impõe. Em 2016, ele realizou a estimulação cerebral profunda.
Após a cirurgia, três fatos me levaram às lágrimas. O primeiro foi entrar no hospital em uma cadeira de rodas e sair andando, com domínio completo das pernas. O segundo foi a sensação de voltar a segurar uma raquete de tênis e bater umas bolinhas no paredão. A terceira foi recuperar parte do paladar e, assim, apreciar um vinho de vez em quando. Hoje, levo uma vida quase normal.
Judson Borges Rosa, 54
Judson tem Parkinson há 15 anos. Para garantir sua autonomia e bem-estar, ele cuida com disciplina da alimentação e pratica exercícios diariamente. A cirurgia de estimulação cerebral profunda foi realizada em 2010.
Quando você se submete a uma cirurgia como esta, recebe uma nova oportunidade de viver com qualidade e isso não pode ser desprezado. Como um gigante adormecido, o corpo acorda quando o aparelho é ligado. Torna-se mais independente, mais ágil. Tarefas, que antes levavam horas para serem feitas, são executadas em questão de minutos. É fantástico como a autonomia resgatada nos devolve a autoestima, que estava perdida com a evolução da doença.
Henrique Alexandre G. de Barros, 53 anos
Henrique Alexandre foi diagnosticado em 2013, aos 49 anos. Após a cirurgia, em 2016, passou a se dedicar à benemerência. Hoje, é presidente-voluntário do Shriners International em São Paulo, entidade que auxilia crianças e adolescentes com má formação óssea, lesão na medula, queimados e com lábio leporino.
A medicação que eu usava para controlar o Parkinson me ajudava e, ao mesmo tempo, acabava comigo. Passei a experimentar episódios constantes de discinesia. Então, fui apresentado ao procedimento da estimulação cerebral profunda. Lembro-me que durante a cirurgia, eu conversava bastante com a equipe. E, depois, nasceu um novo eu. Fui transformado pela DBS e fiquei praticamente livre dos incômodos que me deixavam cansado e prostrado. Retomei o controle do meu corpo que, antes de operar, era consumido pelos tremores e pela rigidez.